sábado, 8 de maio de 2010

A Jornada e o Tempo, ou Condição Humana

Tanto caminho e parece que a gente anda em círculos! Este é um dos absurdos da Jornada. Sim, são muitos os poréns dela, mas não escapamos nunca da caminhada. É sempre necessário dar um próximo passo, mesmo que resulte em queda, mesmo que se saiba da possibilidade da queda. Quedar-se imóvel é impossível, de qualquer forma.
Por isto, caminhamos, tanto faz se para frente ou para trás. A Jornada consiste em estarmos sempre em movimento, não importa para onde caminhemos, não importa se retrocedemos, não importa de caímos. Isto porque o Tempo (que exerce sobre nós força inigualável) está sempre andando. Ele fere, degrada, atinge e desfaz muita coisa, mas não pára.
Aprendamos com ele! Por mais que fira, degrade e atinja, o Tempo é o mestre que alimenta teu sangue e sara tuas feridas, e mostra que tudo sempre passa. Ele dá passos curtos e cadenciados, portanto, lentamente tranforma as coisas, e ensina que nossa transformação também é lenta. Chego a acreditar que o Tempo foi um grande sábio encarnado e que agora olha por nós sob a forma do passar das horas, dos dias e dos anos, sempre ensinando que na Jornada se deve andar devagar, e nunca deixar de andar.
Nós, estúpidos e infelizes seres humanos, tememos ambos o Tempo e a Jornada pelo mero fato de, para nós, serem coisas desconhecidas. Está por vir o dia em que teremos de romper com as correntes da nossa ignorância e caminhar sem medo pela estrada do que chamamos vida, sem tentar prever o próximo passo. A Jornada é nebulosa, e não se vê um palmo à nossa frente, porém, se tivermos fé, cada passo será dado com segurança em nosso chão, e entenderemos que o Tempo nos ensinou bem a caminhar devagar.

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